Odoniel Mangueira anuncia, através de carta, que não é mais candidato em Diamante: "Minha família não concorda por medo da violência".

A cidade de Diamante ficou conhecida na Paraíba como problemática em se tratando de disputa eleitoral, inclusive com registro de morte. Foi o que ocorreu durante a pré-campanha eleitoral de 2004 quando o ex-prefeito Hermes Mangueira (PMDB), então candidato oposicionista, foi assassinado no terraço de sua residência. Ele enfrentaria nas urnas o seu primo, também ex-prefeito, Odoniel Mangueira (PSDB). Naquela ocasião, o filho de Hermes, Hércules Mangueira, atual prefeito ecandidato à reeleição, assumiria a liderança do grupo e sairia candidato, obtendo êxito nas urnas. Hércules obteve 1.960 votos vencendo Odoniel, que obteve 1.613, com uma maioria de 347 sufrágios.
De lá pra cá, a coisa acalmou em Diamante e chegamos á portas de uma revanche eleitoral entre os principais protagonistas de 2004. No entanto, a revanche não será possível haja vistas a dessistência, anunciada em carta na última sexta-feira, 4, do médico Odoniel Mangueira (PSDB), favoritíssimo este ano, em concorrer novamente ao Executivo Municipal local. Dr. Odoniel tomou essa decisão após conversar com amigos, fiéis seguidores políticos e seus familiares. "Cheguei a conclusão depois de longos dias de análise, até mesmo de angústia, que não devo continuar com o intuito de candidatar-me (a prefeito)", escreve na carta divulgada no tribunaindependente.
O médico e líder máximo do grupo cassista em Diamante revela, ainda, que estaria passando por dificuldades psicológicas e emocionais. "... Não estou me sentindo bem. Estou passando por pesadelos e queria a compreensão dos amigos para sair (dos pesadelos)", ratifica. Mesmo sem explicar a população o que lhe afringe, no momento, Dr. Odoniel dá uma pista da preocupação externada por sua família para justificar a sua decisão. "A (minha) família não concorda (com a candidatura), com medo da violência que reina (em Diamante) por parte dos 'poderosos(?)'", enfatiza.

O tucano Dr. Odoniel disse que irá participar das eleições de Diamante, de forma tímida, dando o seu voto, seus conselhos e apoiando a oposição local, sendo vigilante naquilo que lhe competi, protegendo o patrimônio do povo diamantense, prestando os seus serviços como médico. O ex-prefeito disse que a sua decisão em não concorrer no próximo pleito, não significa o seu afastamento da cidade, e acrescentou que Diamante faz parte da sua vida, onde boa parte dela foi dedicada às causas públicas daquele município. "Quero ter o privilégio de continuar sendo amigo de todos vocês, e afirmar que como amigo vou sempre estar à disposição dos amigos", disse ao admitir votar num aliado do grupo. "E dizer, também, que dentro das nossas coligações existe bons nomes para ser candidato e estou dsposto a votar em quem for indicado", afirma.
Odoniel de Sousa Mangueira assumiu a prefeitura de Diamante em duas ocasiões de 1989 a 1992, conseguindo eleger o seu sucessor, Hermes Mangueira, e de 1999 a 2002, também conseguindo eleger o seu sucessor, Hernani Diniz. O médico finaliza suas palavras com um forte tom de convicção absoluta: "É uma decisão que não quero voltar atrás. É irreversível!". Para visulaizar a carta é só clicar em cima dela.