Como resume Luis Torres (em artigo), em parte, Direito é interpretação. E no abrangente universo hermenêutico, onde interpretação é o que não falta, tudo é possível. Inclusive, corrigir os próprios erros. E foi exatamente o que o TSE fez na noite da última quinta-feira (27), quando decidiu por manter Cássio no cargo até o esgotamento de todas as possibilidades de recursos e defesa que cabem ao réu.
Alguém tem alguma dúvida, nesta Paraíba, de que o TSE poderia ter tomado tal decisão naquela noite do dia 20? E, claro, evitado meio mundo de instabilidade e esperança que se gerou, simultaneamente, no Estado? Claro que não. Mas como pensar na tese levantada pelo ministro Lewandowski se o TSE passou menos de 40 minutos para cassar o governador?
Note bem que os ministros chegaram a mencionar que não estavam tratando de um processo qualquer, mas da cassação de um governador do Estado. Embora pequeno, mas um estado. Embora tucano, mas um governador.
O fato é que uma semana foi suficiente para que Cássio saísse, sem dúvida, do seu pior momento político para um estágio de esperança serena, madura. Valeu, aliás, para que o governador pudesse medir e apurar a qualidade de seus aliados. Esses sete dias foram suficientes para que o governador sentisse um pouco quem tem vocação para Caim em seu governo. E quem tem, por contrário, vocação para Jó.
Alguém tem alguma dúvida, nesta Paraíba, de que o TSE poderia ter tomado tal decisão naquela noite do dia 20? E, claro, evitado meio mundo de instabilidade e esperança que se gerou, simultaneamente, no Estado? Claro que não. Mas como pensar na tese levantada pelo ministro Lewandowski se o TSE passou menos de 40 minutos para cassar o governador?
Note bem que os ministros chegaram a mencionar que não estavam tratando de um processo qualquer, mas da cassação de um governador do Estado. Embora pequeno, mas um estado. Embora tucano, mas um governador.
O fato é que uma semana foi suficiente para que Cássio saísse, sem dúvida, do seu pior momento político para um estágio de esperança serena, madura. Valeu, aliás, para que o governador pudesse medir e apurar a qualidade de seus aliados. Esses sete dias foram suficientes para que o governador sentisse um pouco quem tem vocação para Caim em seu governo. E quem tem, por contrário, vocação para Jó.
Visita de FHC (no centro) ao Senado, semana passada, que arrastou metade da casa para a sala da Presidência.
Descobriu – ou redescobriu – em Cícero Lucena, com quem já passou maus e bons momentos juntos – um verdadeiro irmão. Foi o senador tucano, detentor de prestígio junto à cúpula do PSDB nacional, que colocou Cássio nos braços e o levou para dentro de um ninho em que o governador da Paraíba sempre foi visto como estrangeiro. Arrancou pronunciamentos dos senadores em favor de Cássio e contra o TSE, nota oficial do partido, ação da legenda no Supremo Tribunal Federal e até críticas ao senador José Maranhão.
Chegou a bater diretamente no TSE, expondo-se inadvertidamente. E esteve a todo tempo ao lado de Cássio. Fez isso mesmo sabendo, no inconsciente, de que para seu maior inimigo – o prefeito Ricardo Coutinho – o retorno de Cássio ao governo e a derrocada de Maranhão são movimentos mais vantajosos. Fez isso mesmo depois de ser acusado de transferir emendas do governo para as prefeituras. Fez isso mesmo sabendo que o governador o evitou por alguns momentos pensando em agradar ao presidente Lula.
Fez isso mesmo ouvindo todos os dias, de cabeça baixa, aliados de Cássio defenderem a aliança com Ricardo. Fez tudo isso porque pensou na unidade do grupo, na lealdade a Ronaldo, no apego a Cássio.
Chegou a bater diretamente no TSE, expondo-se inadvertidamente. E esteve a todo tempo ao lado de Cássio. Fez isso mesmo sabendo, no inconsciente, de que para seu maior inimigo – o prefeito Ricardo Coutinho – o retorno de Cássio ao governo e a derrocada de Maranhão são movimentos mais vantajosos. Fez isso mesmo depois de ser acusado de transferir emendas do governo para as prefeituras. Fez isso mesmo sabendo que o governador o evitou por alguns momentos pensando em agradar ao presidente Lula.
Fez isso mesmo ouvindo todos os dias, de cabeça baixa, aliados de Cássio defenderem a aliança com Ricardo. Fez tudo isso porque pensou na unidade do grupo, na lealdade a Ronaldo, no apego a Cássio.
Na verdade (como bem aborda Dércio), a entrada do PSDB nacional no jogo mudou o destino de Cássio, mas é bom que todos saibam que foi o senador Cícero Lucena o articulador do ingresso dos capas pretas do tucanato no riingue. Cássio não é bem visto pela cúpula do PSDB pelo fato de viver de paqueras políticas com Lula. Só que neste caso era um governador do PSDB perdendo o cargo e Cícero fez ver que a imagem do partido sairia arranhada.
Rapidamente mobilizou gente graúda e o TSE recebeu o recado. Nada de ilegal, apenas pediu-se tratamento igualitário. Se for pra moralizar que sigam a pauta em ordem cronológica e pela ordem em primeiro lugar na fila vem Santa Catarina, onde o governador Luis Henrique é filiado ao PMDB. Julgar um governador em apenas quarenta minutos e a toque de caixa com um relator metralhando e os ministros só balançando a cabeça foi estranho.
Rapidamente mobilizou gente graúda e o TSE recebeu o recado. Nada de ilegal, apenas pediu-se tratamento igualitário. Se for pra moralizar que sigam a pauta em ordem cronológica e pela ordem em primeiro lugar na fila vem Santa Catarina, onde o governador Luis Henrique é filiado ao PMDB. Julgar um governador em apenas quarenta minutos e a toque de caixa com um relator metralhando e os ministros só balançando a cabeça foi estranho.
Outra coisa: PSDB e DEM é maioria no Senado e aquela articulação de Sarney para cassar Jackson Lago e Roseana assumir o governo é menos poderosa que o estrago que a oposição pode fazer ao governo Lula. Notaram que o ministro Joaquin Barbosa se ausentou e em seu lugar compareceu o suplente Ricardo Lewandowski? Inclusive, o ministro Joaquim Barbosa formalizou o seu afastamento de 14 dias das atividades na magistratura (Supremo e TSE), em face de uma crise de coluna.
É briga de cachorro grande!!!
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