Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Entrevista de Cássio C. Lima à Revista Nordeste

Uma das poucas entrevistas concedidas pelo ex-governador Cássio Cunha LIma (PSDB), que ainda encontra-se nos Estados Unidos, as revelações feitas à Revista Nordeste em sua última edição continuam repercutindo no Estado. Na entrevista, Cássio Cunha Lima reafirma sua disposição de continuar no PSDB, reforça a disposição de apoiar o nome do senador Cícero Lucena para o Govenro em 2010 e deixa clara sua disposição de continuar militando na vida pública. Confira, abaixo, trechos da entrevista, feita por Paulo Dantas.
Há possibilidade de uma mudança de partido?
Cássio Cunha Lima: Não cogito. Essa pergunta de mudança do PSDB me acompanha desde o dia que eu me filiei. Não tenho nenhuma intenção de deixar o PSDB.
O senhor acredita sinceramente que o Supremo Tribunal Federal tenha coragem de reverter um processo que já está consolidado com a posse do segundo? (O PSDB tem uma ação no STF pedindo que sejam realizadas eleições na Paraíba)
Cássio: Essa posição virá se não for hoje, virá amanhã. Ela pode não vir para retroagir, mas mais cedo ou mais tarde a democracia brasileira vai evoluir para proibir terminantemente que quem perdeu eleição venha a governar. Porque isso fere o princípio elementar da democracia que é o governo da maioria. Numa democracia verdadeira quem perde a eleição não pode governar. Qualquer que seja a razão do afastamento, novas eleições têm que ser convocadas. Não há mal nenhum em convocar novas eleições [...]
Eu queria que o senhor falasse como essa decisão mexeu com o homem Cássio Cunha Lima, o que mudou?
Cássio: Passei quase três meses em silêncio. Eu fui muito pressionado para falar. Muitos amigos e assessores achavam que eu não poderia ficar calado. Eu optei pelo silêncio primeiro para ter um tempo de recolhimento. Eu sou um ser humano obviamente. Sofro bastante com tudo isso, me dói, obviamente, mas nada que possa tirar a minha concepção do que é fazer política. Eu optei pelo silêncio até para que a minha palavra de justa indignação não pudesse ser usada como argumento para atrapalhar o caminhar da Paraíba. E esse caminhar é superior a qualquer mandato e mandatário. A Paraíba, nos últimos anos, tem sido marcada por um confronto fratricida, autofágico. É algo que não contribui para o estado. Quando nós estávamos na oposição, nós tivemos uma postura mais responsável. Eu fui governador durante seis anos e não tive um dia de sossego, seja por enfretamentos de sistemas de comunicação poderosos do estado, seja por ausência de trégua. Estendi minhas mãos várias vezes, a mão ficou estendida sem ter resposta [...]
É possível que num futuro o senhor e o governador José Maranhão possam estar num mesmo palanque?
Cássio: Eu não tenho nenhum tipo de diferença pessoal com o governador José Maranhão, nenhuma. Já militamos inclusive no mesmo partido. Tenho com ele divergências políticas profundas, em relação aos métodos, posturas, a visão de governo e a visão de estado e isso pode ser fator de uma separação permanente. Particularmente, acho que a contribuição que Maranhão poderia dar a Paraíba já foi dada. A democracia exige entre outros princípios a alternância de poder.
Qual é o próximo nome para o governo da Paraíba?
Cássio: Aí o povo da Paraíba é quem vai dizer. Não sou eu. Isso não é uma nomeação, é uma eleição. Mas o PSDB tem um candidato que é Cícero Lucena. É o candidato que tem o meu apoio, com a alternativa de Efraim Morais (DEM). Poderemos ter um cenário que num segundo turno eventualmente traga transformações em relação a essa minha previsão. Também vamos buscar a unidade das oposições em torno daquele que estiver congregando as forças para que possamos trazer um projeto novo para a Paraíba.
Conviver com Ricardo no futuro é uma hipótese descartada ou é uma opção?
Cássio: Eu já convivo com Ricardo no presente e a minha relação com Ricardo na Prefeitura, enquanto eu estava no governo sempre foi aberta, desobstruída.
No seu retorno dos EUA, o senhor irá assumir sua condição primeira de advogado, pré-candidato ao senado. Há possibilidade de ser convocado para alguma ação do PSDB, o que vai vir depois de agosto?
Cássio: Eu estarei trabalho no meu escritório. A minha atividade desses anos todos sempre foi a política e agora estou com atividade de caráter privado, ao lado de Luciano (Pires) Harrison (Targino) e Jovino (Pires). Estamos atuando na área de consultoria legislativa, porque modesta parte, tanto eu quanto os meus sócios temos muita experiência na parte legislativa.
PBAgora

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