
Formada em direito, Leda Camila ocupa o posto de assistente parlamentar, com salário de R$ 2,8 mil, na cota de cargos de confiança preenchida sem concurso público. Cada um dos 81 senadores tem a prerrogativa de usar as vagas como bem entender. As recentes denúncias de nepotismo (contratação de parentes de senadores e diretores), funcionários fantasmas e outras irregularidades no Senado Federal vêm no rastro dessa brecha.
Em relação à filha do agora secretário da Receita, há uma curiosidade. O senador Roberto Cavalcanti é empresário. Foi acusado pelo Ministério Público Federal na Paraíba no chamado "Escândalo da Fazenda Nacional”. O caso envolve denúncias de sonegação de milhões de reais em impostos. De acordo com a apuração do MPF, empresas quitavam dívidas por um milésimo do valor do débito. Dezenas de processos tramitam na Justiça.
A reportagem da revista ÉPOCA localizou, por telefone, Leda Camila no gabinete de Cavalcanti. Ela argumentou que não estava autorizada a comentar seu processo de nomeação. Transferiu a ligação ao chefe de gabinete, Marco Aurélio de Oliveira. O servidor informou que ela se habilitou à vaga, apresentou currículo como qualquer outro pretendente ao posto, mas admitiu que a amizade entre Cartaxo e o parlamentar pesou na hora da contratação. "Eles são amigos há mais de trinta anos", disse Oliveira.
A reportagem perguntou ao novo secretário da Receita o que ele acha de a filha trabalhar ao lado de um senador investigado por sonegação. Por meio da assessoria, ele informou que não se manifestaria.
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