Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Prefeitos querem verba mensal de R$ 4,2 bilhões

Os prefeitos fizeram as contas e calculam que precisam de um repasse mensal fixo de pelo menos R$ 4,2 bilhões do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) até o final deste ano. O governo deve anunciar na próxima segunda-feira as medidas de ajuda às cidades que registraram queda na arrecadação e nas parcelas do FPM. Na cúpula do governo, a ideia que mais avança prevê a criação de um piso fixo para os repasses do fundo. Os critérios de como seria esse auxílio, no entanto, só devem ser divulgados na próxima semana.O montante defendido pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) tem como base a média do FPM de 2008. Os municípios receberam no ano passado R$ 50 bilhões - uma parcela mensal de R$ 4,2 bilhões. “Essa é a média que esperamos trabalhar”, disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. A parcela do fundo depositada ontem nos cofres dos municípios foi de R$ 2,5 bilhões - a maior deste ano. Ziulkoski afirma, porém, que o volume não é nada animador, uma vez que a maior parte já está comprometida - sendo R$ 400 milhões para o Fundeb (fundo de financiamento da educação) e R$ 300 milhões com dívidas dos municípios com o INSS. “Tem prefeito que não tem nada a receber do FPM. E isso é que nos preocupa”, afirmou Ziulkoski.
A diminuição da parcela do FPM é motivada pelas renúncias fiscais autorizadas pelo governo com a redução das alíquotas do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a correção da tabela do Imposto de Renda, responsáveis por queda de 14,5% no FPM de março. Entre dezembro de 2008 e março de 2009, os repasses sofreram redução de 12,57%, o que representou R$ 1,7 bilhão a menos no caixa das prefeituras. A situação dos municípios, sustenta a CNM, ainda pode piorar. A partir de maio, começa a restituição do Imposto de Renda o que pode gerar uma nova queda no FPM. O IR é responsável por 82% do FPM, enquanto o IPI representa 18%. “Historicamente junho é um mês que o FPM é um dos mais baixos”, disse.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu ontem a equipe econômica e pediu ajustes na proposta. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que os municípios menores que dependem diretamente dos recursos do FPM terão prioridade para receber o auxílio. Segundo dados do governo, pelos menos 3.000 municípios se encontram nesta situação. O ministro, no entanto, não descartou a participação de grandes municípios. “A proposta leva em conta todos os municípios com ênfase nos pequenos onde o FPM tem peso maior. Além disso, podemos ter saídas alternativas para grandes municípios e para os Estados”, disse Bernardo.

JP

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