Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

terça-feira, 2 de março de 2010

A verdade das emendas para a UFCG no PPA 2008-2011 e o Apartheid na área educacional na Paraíba

Olha a leitura que se pode ter é que estamos diante de um um apartheid na área educacional na Paraíba, tendo o Vale do Piancó nessa linha de exclusão de acesso ao ensino superior. Quando vemos neste ano, assim como em outros anteriores, milhares de estudantes realizando o sonho de entrar na universidade. Mas, outros milhares não poderão frequentar o ensino superior por falta de resursos para pagar a mensalidade na rede privada ou por saberem que ao passar, não poderão se manter no curso, mesmo que seja numa universidade pública. Ou, ainda, porque na região onde moram não existe nenhuma universidade. Como é o caso do Vale do Piancó, única região da Paraíba sem acesso ao ensino superior da rede pública. É tentando mudar essa triste realidade que se fez a grande manifestação em Itaporanga, na última sexta-feira (26/02), em prol da instalação de um Campus da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. Uma luta que já dura uma década e que vem unindo estudantes, professores, diretores de escolas, artistas, intelectuais e políticos. Reunindo figuras como o magnífico reitor Thompson Mariz, o diretor pro-tempole do CCTA da UFCG Martinho Salgado, além de lideranças políticas estaduais, o ato público de Itaporanga transformou-se no palco democrático de aspirações academicas e de conhecimento para a região.
Ao reivindicar a democratização do acesso à universidade a população do Vale do Piancó se vê diante dos chamados "Sem-Universidade", que querem deixar para trás essa realidade. O entrave inicial do projeto de expansão que possibilita a criação do campus de Itaporanga prendia-se à aquisição do terreno em que será implantado; Agora, o problema é de ordem financeira e orçamentária. Isso porque o Orçamento Geral da União, de 2009, não contemplou o projeto que, uma vez, implantado, beneficiará toda a região. No entanto, no Plano Plurianual 2008-2011 foram adicionadas seis emendas parlamentares direcionadas à UFCG, num total de R$ 212 milhões, distribuídos em custeio e capital, que contemplam ações da nova etapa do Plano de Expansão (Planexp) e de projetos de ampliação e modernização da infra-estrutura da UFCG.
Thompson Mariz ao lado do Dr. Silvino na Câmara Municipal, em 2007, em debate sobre a UFCG-Itaporanga, ano em que foi elaborado o PPA 2008-2011. As fotos abaixo são de sexta-feira passada.
Numa única emenda, do então senador José Maranhão, foram destinados ao Planex R$ 120 milhões - distribuídos em custeio e capital, nos três primeiros anos do plano – para instalação de campus da UFCG nas cidades de Sumé, Itabaiana e Itaporanga; e das escolas técnicas em São João do Rio do Peixe e em Santa Luzia. Com duas emendas, no valor de R$ 15 milhões cada, o senador Efraim Morais dedica uma para a implantação de um campus no Vale do Piancó e, outra, para criação de um centro de formação profissional na Mina-escola em Santa Luzia.
Para criação de cursos presenciais, ampliação e modernização da infra-estrutura dos campi, o deputado federal Wellington Roberto (PR) destinou uma emenda no valor de R$ 32 milhões, distribuída só em capital, nos quatro anos do plano. Em duas emendas, totalizando R$ 30 milhões, o deputado federal Efraim Filho (DEM) destinou metade, R$ 15 milhões, também para a implantação de um campus no Vale do Piancó e metade para criação do centro de formação profissional em Santa Luzia. Dos R$ 60 milhões, metade da dotação de R$ 120 milhões, só resta agora algo em torno de R$ 44 milhões já que foram usados R$ 16 milhões para o campus de Sumé.
Ou seja, o calo é conseguir junto ao ministro Fernando Haddad, desse saldo, primeiramente, a autorização para a contratação de 20 (vinte) professores. Em seguida, trabalhar a construção ou instalação de um campus propriamente dita. Porém, a chance de Itaporanga ser contemplada ainda este com um campus da UFCG só será possível com sua inclusão no Plano Nacional de Educação, que será construído durante a Conferência Nacional de Educação, prevista para acontecer entre os dias 28 deste mês e 1º de abril. O fato concreto com relação ao campus de Itaporanga é a proposta apresentada pelo reitor Thompson Mariz no Ministério da Educação.
Considerando o potencial hídrico do vale do Piancó, onde está localizado o açude Coremas-Mãe D'Água, o maior do estado da Paraíba com uma capacidade de mais de 1 bilhão de metros cúbicos de água, prevê-se a criação de quatro cursos no campus de Itaporanga: Engenharia Ambiental, Engenharia Hídrica, Engenharia de Aqüicultura e Engenharia de Produção Agroindustrial. A previsão é de um total de 1.280 vagas, com 120 professores.
A iniciativa de organizar essa manifestação popular teve o objetivo de mostrar, a todos, o significado sócio-cultural e profissionalizante a que se propõe o projeto. Pois, Itaporanga polariza uma região composta por 31 outros municípios e mais de 25.000 habitantes. Da região, apenas 1,24% dos jovens entre 18 e 24 anos frequentam o ensino superior, por isso, está incluída com desairoso destaque no “mapa de exclusão universitária da Paraíba”.Portanto, estamos vivendo um apartheid educacional na Paraíba, tendo o Vale do Piancó nessa linha de exclusão de acesso ao ensino superior. É nosso dever lutar e não permitir a continuação desse apartheid. Pois, a educação é a base para o desenvolvimento e o desenvolvimento de uma região é fruto do trabalho e perseverança de sua gente, mas para que a população seja competitiva diante das exigencias dos tempos atuais, é necessária a implantação de uma Universidade Pública. Só como exemplo, na região do Cariri já estão instalados a UFCG, a UEPB, o IFET e o CEFET.
Nós, filhos do Vale do Piancó, não pedimos nada mais do que o direito de termos acesso ao ensino superior, assim como os filhos da região do Litoral, Borborema, Brejo, Curimataú, Cariri e a grande parte do Sertão (microrregiões de Patos, Sousa, Catolé do Rocha, Pombal, Cajazeiras e Princesa Isabel).
Comentários para este Post:
priscilla disse...
parabens ricardo pela sua luta, a universidade é o coroamento da educação, é o celeiro da prosperidade, imaginar nossa região sem esse beneficio é tornar o semiarido em um deserto do saber da cultura e da prosperidade, é secar as vidas que bravamente desafian a natureza e habitan o valçe do piancó.
2 de março de 2010 15:24

Um comentário:

Unknown disse...

parabens ricardo pela sua luta, a universidade é o coroamento da educação, é o celeiro da prosperidade, imaginar nossa região sem esse beneficio é tornar o semiarido em um deserto do saber da cultura e da prosperidade, é secar as vidas que bravamente desafian a natureza e habitan o valçe do piancó