Quase passou despercebido da mídia impressa pessoense e de suas “penas de aluguel”, a morte trágica de um trabalhador do MAG SHOPPING no final da tarde desta quinta feira (14).
O obreiro a serviço daquela empresa sofreu um ataque cardíaco e agonizou sem socorro médico, no interior daquele templo do consumismo, atrapalhando o trafego dos muitos consumidores que por ali trafegam a fim de satisfazer seus impulsos consumistas.
A imprensa tabajarina a serviço do vil metal dos grandes proprietários de Shoppings, os quais nunca disponibilizaram nenhuma unidade de primeiros socorros médico àqueles estabelecimentos, silenciou a tragédia, a qual mereceu uma mera nota em rodapé de página.
É que não se tratava de nenhum proeminente integrante do High Society, nem de nenhum dos políticos profissionais da capital-província a que os órgãos da mídia impressa em atividade servil preenchem os seus jornais numa realidade diária de jornalismo sensacionalista e mexeriqueiro. Pelo contrário, ali estrebuchava um mísero assalariado, o qual deixou para trás mulher e filhos desamparados, entregues todos a um futuro sombrio e sem perspectivas. Com ele morre a vontade, o sonho de ter talvez uma casa própria, de habilitar-se ao plano MINHA CASA MINHA VIDA, talvez uma de suas últimas quimeras a que ninguém cuidou em assistir.
Os curiosos que timidamente se aproximaram daquele pacote flácido, agonizante, alienados em sua maioria pela programação mundo cão dos datenas que infestam os órgãos de comunicação, jamais teriam o necessário discernimento de atentar para a dura realidade vivida pelos trabalhadores que, na sua maioria, recebem pouco mais de um salário mínimo e fazem milagres para permitir que seus filhos tenham o que comer. Muitos sujeitos a duplas jornadas de trabalho, bicos nos finais de semanas e feriados. Enquanto o lucro das grandes empresas de shoppings é diariamente quadruplicado.
Apesar de toda falácia dos líderes e fariseus do país das Olimpíadas, continuamos recordistas em desigualdade social. Para se ter uma idéia, o gasto anual de um trabalhador no Brasil é o mesmo de um rico em apenas três dias, segundo pesquisa elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Dura é a realidade sócio-econômica dos nossos trabalhadores, em um país onde os ricos compõem um pequeno universo de apenas 1% da população. Hoje, quase a metade dos nossos jovens de até 17 anos está em situação de pobreza ou extrema pobreza. Mais de 11 milhões de pessoas têm um rendimento domiciliar de até meio salário mínimo por mês (R$ 232,50). (Síntese dos Indicadores Sociais – IBGE).
Milhões de crianças e adolescentes são obrigados a trabalhar para complementar a renda familiar, nas ruas das grandes cidades, nas lavouras, nas carvoarias, no plantio do sisal, na indústria calçadista, no trabalho doméstico. A necessidade de trabalhar os obriga a abandonar os estudos prematuramente e causa graves prejuízos à sua saúde física e mental. Nada menos do que 500 mil crianças e adolescentes brasileiras se prostituem, conferindo ao país o trágico posto de recordista mundial em prostituição infanto-juvenil.
Este é o complicado mundo daqueles muitos trabalhadores e trabalhadoras que constroem a riqueza de poucos. Mundo de face neoliberalizante, cruel e desumano onde a morte de um trabalhador - o qual constrói da agulha ao avião - significa um quase nada, um invisível componente da grande engrenagem dos meios de produção a serviço do capital. O exercito de reserva está a postos para toda e qualquer eventual substituição. A interminável fila dos desempregados só faz aumentar em compasso de espera.
Descanse em paz, camarada trabalhador do MAG SHOPPING. Diante do teu cadáver indigente, os curiosos alienados se dispersaram, foram em busca de suas utopias de consumo. Em parte, eles estão igualmente mortos, fazem parte de toda essa zumbilândia freqüentadora de shoppings.
As luzes do shopping continuam a brilhar meu caro amigo, com a mesma intensidade. Tua via crucis chegou a terminal jornada. Enquanto o patrão celebra o aumento incessante dos seus lucros.
O obreiro a serviço daquela empresa sofreu um ataque cardíaco e agonizou sem socorro médico, no interior daquele templo do consumismo, atrapalhando o trafego dos muitos consumidores que por ali trafegam a fim de satisfazer seus impulsos consumistas.
A imprensa tabajarina a serviço do vil metal dos grandes proprietários de Shoppings, os quais nunca disponibilizaram nenhuma unidade de primeiros socorros médico àqueles estabelecimentos, silenciou a tragédia, a qual mereceu uma mera nota em rodapé de página.
É que não se tratava de nenhum proeminente integrante do High Society, nem de nenhum dos políticos profissionais da capital-província a que os órgãos da mídia impressa em atividade servil preenchem os seus jornais numa realidade diária de jornalismo sensacionalista e mexeriqueiro. Pelo contrário, ali estrebuchava um mísero assalariado, o qual deixou para trás mulher e filhos desamparados, entregues todos a um futuro sombrio e sem perspectivas. Com ele morre a vontade, o sonho de ter talvez uma casa própria, de habilitar-se ao plano MINHA CASA MINHA VIDA, talvez uma de suas últimas quimeras a que ninguém cuidou em assistir.
Os curiosos que timidamente se aproximaram daquele pacote flácido, agonizante, alienados em sua maioria pela programação mundo cão dos datenas que infestam os órgãos de comunicação, jamais teriam o necessário discernimento de atentar para a dura realidade vivida pelos trabalhadores que, na sua maioria, recebem pouco mais de um salário mínimo e fazem milagres para permitir que seus filhos tenham o que comer. Muitos sujeitos a duplas jornadas de trabalho, bicos nos finais de semanas e feriados. Enquanto o lucro das grandes empresas de shoppings é diariamente quadruplicado.
Apesar de toda falácia dos líderes e fariseus do país das Olimpíadas, continuamos recordistas em desigualdade social. Para se ter uma idéia, o gasto anual de um trabalhador no Brasil é o mesmo de um rico em apenas três dias, segundo pesquisa elaborada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Dura é a realidade sócio-econômica dos nossos trabalhadores, em um país onde os ricos compõem um pequeno universo de apenas 1% da população. Hoje, quase a metade dos nossos jovens de até 17 anos está em situação de pobreza ou extrema pobreza. Mais de 11 milhões de pessoas têm um rendimento domiciliar de até meio salário mínimo por mês (R$ 232,50). (Síntese dos Indicadores Sociais – IBGE).
Milhões de crianças e adolescentes são obrigados a trabalhar para complementar a renda familiar, nas ruas das grandes cidades, nas lavouras, nas carvoarias, no plantio do sisal, na indústria calçadista, no trabalho doméstico. A necessidade de trabalhar os obriga a abandonar os estudos prematuramente e causa graves prejuízos à sua saúde física e mental. Nada menos do que 500 mil crianças e adolescentes brasileiras se prostituem, conferindo ao país o trágico posto de recordista mundial em prostituição infanto-juvenil.
Este é o complicado mundo daqueles muitos trabalhadores e trabalhadoras que constroem a riqueza de poucos. Mundo de face neoliberalizante, cruel e desumano onde a morte de um trabalhador - o qual constrói da agulha ao avião - significa um quase nada, um invisível componente da grande engrenagem dos meios de produção a serviço do capital. O exercito de reserva está a postos para toda e qualquer eventual substituição. A interminável fila dos desempregados só faz aumentar em compasso de espera.
Descanse em paz, camarada trabalhador do MAG SHOPPING. Diante do teu cadáver indigente, os curiosos alienados se dispersaram, foram em busca de suas utopias de consumo. Em parte, eles estão igualmente mortos, fazem parte de toda essa zumbilândia freqüentadora de shoppings.
As luzes do shopping continuam a brilhar meu caro amigo, com a mesma intensidade. Tua via crucis chegou a terminal jornada. Enquanto o patrão celebra o aumento incessante dos seus lucros.
Deus lhe pague!
Dr. Fernando Enéas de Souza - Defensor Público
4 comentários:
parabens por tua coragem e coerencia,trazendo sempre comentarios pertinentes e reais.mostrando a inversao de valores quando o trabalhador e humilhado eo patrao explorador e exaltadopor essa midia vendida dos nossos tempos.vc e um iluminado que consegue traduzir as verdades que muitos nao desejam lerou ouvir. deus ilumine o teu caminho com incomensuravel luz e imensa paz.nos estamos precisando de seres raros iguais a vc para podermos crer em um mundo melhor.abraços fraternos.
Vc mostra o quanto o pobre do trabalhador é explorado e sem nenhum valor perante o capitalismo selvagem. E a mídia vendida realmente tem culpa nesse flagelo por omitir-se, diante dos afago$ da classe patronal.
Continue mostrando esse abismo social porque a humanidade precisa de realidade para ser menos materialista.
Parabéns pelo artigo!
Dr. Fernando Enéas é uma das raras cabeças pensantes, e porta-voz, que ainda temos nessa luta desumana entre 'davi e golia$'.
Quero aqui parabenizar o Blog do Ricardo Pereira por abrir espaço para temas de suma importância trazidos por esse talentoso operador do direito.
É a mais pura verdade o que o dr. enéas nos traz nesse momento. Essa mídia vendida deveria se envergonhar por não dar espaço ao caso, entre muitos que existe por aí. Ainda bem que temos esse, no Blog de Ricardo, para que pessoas do mais alto nível, consciência crítica e respeitabilidade possa expressar sua indignação com esse mundo cão em que vivemos.
Parabéns dr. enéas!
Parabéns ricardo!
Continuem firmes e fortes...
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