Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Em Conceição: Elba Ramalho sonha em construir uma escola de música em sua terra natal

Vitoriosa. Esse é o adjetivo que retrata a história da cantora paraibana que mais se destaca no cenário artístico nacional e viaja pelo mundo inteiro com a cultura nordestina arraigada nos seus valores e sonhos. Elba Ramalho, que nasceu em Conceição, Sertão paraibano, chegou ao Rio de Janeiro, passou fome e hoje, com 35 anos de carreira, guarda na sua história as conquistas mais desejadas por qualquer artista brasileiro.
Ela esteve na Paraíba, na última sexta-feira, e despertou emoções e aplausos com o show do seu novo disco, o primeiro independente, ‘Qual o assunto que mais lhe interessa?’, bem como afirmou que seu maior sonho é construir uma escola de música na sua cidade natal, Conceição. No dia 19 de setembro do ano passado Elba foi homenageada pela Assembléia Legislativa onde recebeu ma ocasião a Medalha e o Diploma 'Epitácio Pessoa'. Momento registrado pelo Blog e que você pode conferir aqui: Elba Ramalho recebeu homenagem na Assembéia Legislativa da Paraíba
Ela contou à reportagem do JORNAL DA PARAÍBA, na edição desta terça-feira (14), que tem os pés fincados nas suas raízes. “Os meus pés nunca saíram daqui. Até porque eu tenho um pai de 91 anos que mora no Sertão e toda a minha história, a minha representatividade como artista que passeia pelo mundo todo, é a partir do xaxado, do xote, do baião que canto, e do meu sotaque, que mesmo que eu fale com um jeitinho carioca, pois são 35 anos morando no Rio de Janeiro, na hora da rapadura é ‘traga um pedaço que eu quero comer!’. A Paraíba está sempre presente no meu coração”, destacou.
Sobre a vontade que muitos paraibanos têm de ver a Elba mais presente em projetos no Estado, ela disse que seu maior sonho na atualidade é construir uma escola de música aqui. “Eu gostaria de fazer uma escola de música na minha terra natal, Conceição. Estou lutando para que isso aconteça. A distância é que dificulta, eu morar no Rio de Janeiro e ficar com elos em Conceição, mas não vou sossegar enquanto não realizar esse sonho de abrir a escola lá e quem sabe em outros lugares”, declarou. Ela disse que está sempre à disposição.
Ela questionou a necessidade de políticas públicas para a cultura no país. “O Ministério da Cultura (MinC) vem se preocupando um pouco mais em termos de incentivo à cultura brasileira, embora nem sempre todos os artistas sejam beneficiados. Tive apenas dois projetos aprovados na Lei Rouanet (do MinC) até hoje, e um deles foi essa turnê para lançar meu novo disco. Ela foi a minha primeira turnê, em 35 anos, com um patrocínio”, ressaltou. Para Elba, os governos locais também são responsáveis pelo desenvolvimento da cultura. “Eu acho que é preciso ainda expandir muito mais, ter mais boa vontade e principalmente as secretarias de cultura locais, os governos locais, abrirem espaços e incentivos, verbas destinadas aos artistas. A arte salva, cura, revitaliza, revigora. Ela é um caminho apontado em direção ao futuro para muitos jovens que não têm perspectivas. Eu acredito muito na arte e fui uma dessas pessoas que foi salva por ela”, ressaltou.
Em 18 de setembro de 2007, a cantriz (nesta foto ao lado do pai José Nunes de Sousa quando foi homenageada pela AL/PB) disse em João Pessoa que era reverenciada na Romênia, em Nova York, na Suíça, mas que tinha dificuldade em ser aceita e reconhecida no Brasil. "A Paraíba é um motor da minha vida. Conceição [cidade natal da cantora], ao mesmo tempo que me asfixia, eu sinto que é ali que está tudo”, disse. Matéria que vocês podem conferir aqui: "Conceição ao mesmo tempo que me asfixia, eu sinto que é ali que está tudo" diz cantriz Elba Ramalho em relação a sua cidade natal
Sobre o CD ‘Qual o assunto que mais lhe interessa?’, apresentado na última sexta-feira no Teatro Municipal Severino Cabral em Campina Grande, Elba disse que é um trabalho renovado. “Essa é a aspiração de todo artista. Caminhar, caminhar, mas sempre desacomodar, nunca achar que já fez tudo, que não precisa fazer mais nada, que não precisa se renovar, ousar. Eu acho que ousadia é parte desse cardápio musical. Todos os artistas ousam, mesmo que se utilizem das velhas fórmulas, das velhas canções para ilustrarem o show. Essa renovação é sempre muito importante porque a gente se sente mais vivo, mais atualizado. Eu viajo muito e passo a conhecer a música do mundo todo. Então é tentador, é muito gostoso poder trazer um pouquinho do mundo para a gente, e levar da gente para o mundo”, concluiu.

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