Réquiem ao último dos tribunos da Paraíba: Antonio Vital do Rego

O falecimento do ex-deputado e jurista Antonio Vital do Rêgo na manhã desta terça-feira (2), no Hospital Santa Joana, em Recife, acometido de um quadro infeccioso crítico, originário de problemas renais, deixou um vazio no cenário político paraibano. Com a morte de Vital, a Paraíba sepulta também o último dos tribunos da Paraíba.
Antonio Vital do Rego começou sua vida pública como deputado estadual. Foi eleito em 1959 pelo PSD. Na década de 60, entre os anos de 1963 e 1967, foi eleito deputado federal pela UDN. Em 1969, já na Arena, no exercício do segundo mandato na Câmara dos Deputados foi cassado pela ditadura militar. Por decisão do regime de exceção, passou 10 anos no ostracismo político. Dedicou-se às atividades jurídicas e de docência, exercendo a função de professor de Direito e de Sociologia, onde lecionou em importantes instituições de ensino superior do país, a exemplo da UFPB, UEPB, da USP e da Fundação Universidade Regional do Nordeste, quando foi Reitor, até o ano de 1982, renunciando ao cargo para concorrer nas eleições para Prefeito de Campina Grande, tendo sido derrotado por Ronaldo Cunha Lima.
Voltou à vida política no início dos anos 90. Entre 1991 e l995 foi eleito mais uma vez deputado federal. Tentou se reeleger não conseguiu, antes, porém, ocupou o cargo de Procurador do Estado da Paraíba entre 1987 a 1990. Rompido politicamente com os filhos Veneziano e Vital Filho, tentou seu retorno ao Congresso em 2002, não logrou êxito. A reaproximação com os filhos aconteceu na campanha de Veneziano Vital do Rego. A reeleição de Veneziano em 2008, foi a primeira, em anos, que contou com o apoio do pai. Deputado Vitalzinho e o irmão Veneziano (prefeito de Campina Grande)

Familiares, amigos e pessoas do povo participaram agora à noite do velório. Ele estava internado desde 11 de janeiro, acometido de um quadro infeccioso crítico, originário de problemas renais. O prefeito Veneziano Vital do Rêgo e o deputado federal Vital Filho, consternados com a morte do pai, não gravaram entrevistas com a imprensa, mas receberam o abraço e a solidariedade de várias autoridades e admiradores do jurista em uma longa fila que se forma desde às 16h na sede da OAB de Campina Grande, no bairro do Catolé.

Autoridades e juristas da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco, além do governador do Estado, José Maranhão e parlamentares de outros estados, que conheceram o jurista quando ele foi deputado federal, estão sendo esperados para o velório e sepultamento. O cortejo fúnebre sairá da OAB por volta das 16h desta quarta-feira, 03. Antes, às 15h, o bispo de Campina Grande, Dom Jaime Vieira Rocha, rezará uma missa no local. O corpo de Vital do Rêgo será sepultado no cemitério Nossa Senhora do Carmo, no Monte Santo, no jazigo onde está sepultado o major Veneziano, pai do tribuno.

Na Câmara Federal, Antonio Vital do Rego ainda foi presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Seus discursos e posições frente à CCJ ainda hoje recebem menções elogiosas na Câmara. Vital do Rego é sócio fundador da Associação dos Advogados de Campina Grande, membro da Academia de Letras de Campina Grande; do Sindicato dos Jornalista Profissionais da Paraíba, e do Núcleo de Estudos de Problemas Brasileiros. Entre l985 e l991, Vital do Rego foi eleito presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Paraíba. Nos últimos anos de vida, Vital do Rego ocupou em 2003 o cargo de secretário de Justiça e Cidadania do Governo Cássio, e em 2009, exerceu por poucos meses o cargo de secretário de Articulação Governamental do Governo Maranhão.
Atualmente era presidente municipal do PMDB de Campina Grande. Vital do Rêgo era filho do Major Veneziano Vital do Rêgo (também político e candidato a prefeito e de dona Vicentina Figueiredo). As tradições políticas de Vital do Rêgo são claramente percebidas na própria trajetória do pai, pois o Major Veneziano desfrutou de grande sucesso político em Pernambuco, onde foi deputado estadual, por duas legislaturas, inclusive presidindo Assembléia Legislativa do vizinho Estado, de 1950 a 1958.
(Fonte – Câmara dos Deputados)