Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Veja a entrevista que o editor do Blog concedeu ao Gazeta do Vale, que circularia dia 09.

Apesar de não ter circulado na data programada, 9 de janeiro, atendendo à pedidos publicamos mais uma das máterias que estampava as páginas do Jornal Gazeta do Vale, cancelado por incompatibilidade com a gráfica. Vai aí o esboço da máteria:
Em entrevista concedida à coluna Painel do Sertão o jornalista Ricardo Pereira, expoente e emergente representante da nova geração política no município de Itaporanga, pólo econômico-cultural do Vale do Piancó, fala de suas análises do município, da batalha de se construir uma nova postura na atuação dessa nova geração política e dos projetos pessoais e políticos para o futuro. Presidente municipal do Partido Trabalhista Nacional (PTN), Ricardo Pereira vem articulando junto a outras sete legendas partidárias uma união de forças com capacidade de apresentar um leque de projetos e propostas com vistas a massificar uma renovação na política local, implantando idéias criativas e buscando novas metodologias de se fazer política desvinculada de práticas ultrapassadas, ainda existentes, “que só tem contribuído para o engessamento do Poder Público e o desmantelamento em que se encontra o município”.
Em sua ótica, acha que o Poder Público deve “privilegiar a indústria têxtil, o comércio e o turismo ecológico, religioso e de eventos, como o negócio do município”. Ele entende, ainda, que a corrupção “é o maior problema da cidade” devida haver uma cultura de se “governar apenas entre as entranhas de quem é eleito”. Ao mesmo tempo, acredita na força e capacidade de mudanças com o aparecimento de lideranças jovens. Por fim, afirma que é preciso acabar com a humilhação por que passa o povo ao mendigar esmolas em portas de políticos que foram eleitos para melhorar a qualidade de vida da população: “O povo precisa de oportunidades, emprego e respeito e não de ser humilhado”.

ENTREVISTA
Painel do Sertão – Qual sua análise do município de Itaporanga nesses 143 anos de emancipação política?
Ricardo Pereira –
Do ponto de vista do setor público não há muito que se comemorar devido o município ter ficado refém de alguns gestores maléficos e corruptos que foram responsáveis pelo esfacelamento da máquina pública e, em conseqüência disso, do atraso e paralisia em que se encontra. Por outro, não podemos deixar de ressaltar a enorme contribuição que a iniciativa privada, comércio e indústria, deram no alicerce para o desenvolvimento local. O que deveria ter sido feito pelo Poder Público, que não se interessou, ao logo de gestão passadas, pela busca de uma política eficiente de atração de investimentos para obras estruturantes.
Painel do Sertão – Como explicar essa estagnação?
Ricardo Pereira –
Itaporanga ficou conhecida anos atrás como a Rainha do Vale, por ser um pólo regional, mas comporta-se como um reinado ultrapassado. Somos a sétima cidade mais populosa do Alto Sertão, mas nos últimos cinqüenta anos não conseguimos acompanhar o impulso progressivo alcançado por municípios, como: Pombal, São Bento e Catolé do Rocha. Sem falar em Patos, Sousa e Cajazeiras, que não tem nem comparação. Esses municípios encontraram e trabalharam projetos políticos eficientes para chegar ao desenvolvimento, enquanto que Itaporanga só teve atraso e desmantelo em algumas gestões durante esse tempo.
Painel do Sertão – Qual o maior problema de Itaporanga?
Ricardo Pereira –
O desemprego, a má distribuição de renda e a precariedade dos serviços públicos. Mas o maior, sem dúvidas, é a corrupção. Em alguns casos, ao longo de gestões anteriores pra cá, a administração pública municipal tem sido transformada numa Babilônia. E pior, é que quem fora eleito e deveria exercer o seu papel de fiscal, de representante do povo, entrou na farra e se esbaldou na carnificina do dinheiro público.
Painel do Sertão – Como solucionar isso?
Ricardo Pereira –
Não existe uma solução pronta, mas um conjunto de ações. É preciso gerir a máquina pública com seriedade, transparência, zelo e honestidade. E isso, infelizmente não tem sido visto.
Painel do Sertão – Porque isso acontece?
Ricardo Pereira –
Por que há uma cultura negativa enraizado nas ações dos políticos ultrapassados. Alguns que passaram pelo executivo municipal, e pelo parlamento-mirim, governaram muito mais pelo mal que puderam fazer do que pelo bem que podiam praticar. Hoje você encontra um conjunto de lideranças jovens que querem dar um grito de liberdade e quando chegar o momento oportuno, a eleição, o povo que está com este grito represado vai se libertar e dizer: Chega!
Painel do Sertão – Mas parece ser difícil se conseguir isso?
Ricardo Pereira –
Mas não impossível. É só termos decência, coragem e vergonha na cara para dizer o que queremos e lutar pelo que acreditamos. Jamais para sermos submisso a quem quer que seja. Antes o povo era menos informado e menos organizado. Só que a sociedade cresceu e está procurando se achar. É preciso progredir pensando no macro e não exercendo essa politiquinha miúda, onde o povo vive se humilhando nas portas dos políticos em busca de esmolas. O povo precisa de oportunidades, emprego e respeito e não de ser humilhado. Isso acontece porque depois de eleito, na maioria dos casos, forma-se um governo que não olha para o conjunto da sociedade, que governa e é governado por uma panelinha. Para servir as próprias entranhas.
Painel do Sertão – Mais teoricamente falando, qualquer governo é uma panelinha?
Ricardo Pereira – Não concordo. Coloque gente séria e compromissada com os anseios da coletividade, na Prefeitura e na Câmara, que a coisa funciona. O que falta é seriedade, responsabilidade, respeito e compromisso com o povo para se desenvolver um trabalho digno, justo e decente tanto no executivo como no legislativo.
Painel do Sertão – Como conseguir?
Ricardo Pereira –
Primeiro você tem que ser eleito em torno de propostas administrativas referendadas pelo povo, não um referendo comprado. Depois devemos começar com uma administração eficiente, que implante de cara um Portal de Compras, por exemplo, para acabar com a corrupção no seu nascedouro. A receita é não roubar e nem deixar roubar.
Painel do Sertão – Esse mecanismo já está implantado em alguns municípios e até no Governo do Estado...
Ricardo Pereira – Olhe, Itaporanga é, hoje, a cidade mais atrasada regionalmente nas suas relações com as políticas públicas, no que diz respeito governo e sociedade. É preciso tentar melhorar o padrão ético da política local para que o executivo e o legislativo-mirim sejam para todos e não para um segmento partidário. Naquilo que é essencial para a cidade, às forças políticas têm o dever de estarem unidas deixando a disputa partidária eleitoral de lado. A Prefeitura Municipal, por exemplo, jamais pode ser considerada como partido político.

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