Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Luiz Couto denuncia esquadrão mas não dá nomes

O deputado federal Luiz Couto (foto-PT) disse nesta segunda-feira (26) em entrevista ao programa Correio Debate, da Correio Sat, que a Polícia da Paraíba precisa ter os seus quadros revistos. Ele afirmou que há cinco policiais que estão envolvidos em prática de matança - recebendo dinheiro dos mandantes para por em risco a segurança dos paraibanos - e que continuam atuando como policiais sem que nada lhes aconteça, recebendo, inclusive, os seus salários pagos com dinheiro público.
Já o secretário da Segurança e Defesa Social, Eitel Santiago, rebateu as acusações do petista. As declarações de Couto ocorreram logo após o assassinato do advogado Manoel Matos, no sábado 24 em Pitimbu. O deputado citou nominalmente o secretário e o comandante da Polícia Militar, coronel Kelson Chaves, como autoridades coniventes com o crime. Santiago considerou irresponsáveis, injuriosas e injustas as declarações de Couto. "Sou um homem sério, não compactuou com o crime organizado nem com as ações criminosas de quaisquer delinqüentes", disse.
Eitel criticou Couto: "Sempre tratei com a cortesia que ele demonstra não merecer quando age dessa maneira, afirmou o secretário". O secretário disse que Couto será o primeiro a ser ouvido no inquérito policial que investiga o assassinato do advogado Manoel Matos. Eitel pediu, ainda, ao Ministério Público do Estado (MPE) a designação de um promotor para acompanhar a apuração do crime. “O deputado (Luiz Couto) tem que ser ouvido para que ele possa dizer quem tem motivos para assassinar ou mandar assassinar o advogado”, declarou o secretário Eitel Santiago, que admitiu também ouvir o deputado federal Manoel Júnior (PSB), citado por Luiz Couto no relatório da CPI do Extermínio.
Veja abaixo o que escreveu hoje, sobre o assunto, o publicitário Décio Alcântara em seu blog. O artigo é intitulado "Pipoqueiro, Luís Couto não dá nomes aos bois", confira:
"Lutei contra o esquadrão da morte em Guarabira e diariamente no Grande Jornal 850 da Rádio Rural eu pedia as autoridades paraibanas que localizassem e prendessem o chefe daquele famigerado bando, o Capitão Givanildo. Ao lado do Padre Adelino encarei o advogado do esquadrão, Marcos Alânio, a quem acusei - Célio Alves é testemunha - dentro do Tribunal do Júri de ser o quinto elemento, o elo de ligação entre os assassinos que estavam presos e o chefe Givanildo. Nunca temi, jamais recuei. A imprensa de Guarabira sabe que desafiei até o juiz por aceitar a estratégia protelatória de Alânio. Assessorei como jornalista e genro de uma das vítimas a dupla de promotores Marinho Mendes e João Anísio, além do saudoso, corajoso e combativo Israel Guedes, escolhido pela família de minha esposa como advogado de acusação. Givanildo está no Presídio do Róger e todas as viúvas e órfãos de alma lavada pela justiça que foiu feita. Agora vejo a escalada do crime organizado na Paraíba e o que mais me preocupa é ouvir da boca do Secretário de Segurança Eitel Santiago a afirmação estapafúrdua de que na Paraíba não tem grupos de extermínio ou esquadrão da morte. Tem sim secretário e eu já enfrentei um. Ainda hoje sou testemunha da dor de um viúva e de sete órfãos. Em João Pessoa as execuções de presidiários recém saídos da cadeia é modus operandi do esquadrão, que escala pistoleiros para agir em uma moto. Na fronteira com Pernambuco também tem esquadrão e muita gente graúda comandando na surdina. Só falta ao deputado federal coragem para dizer o nome de um dos chefes, que inclusive tem mandato. Ele sabe e é adversário dele, mas lhe falta coragem porque atingiria politicamente o grupo político em que atua e espera receber como prêmio uma vaga de senador. Adelino foi mais macho e pediu autorização ao Papa para quebrar o segredo do confessionário e revelar quem comandava o esaquedrão em Guarabira. Já Luiz Couto faz do assunto palanque de sua carreira política. Quantas viúvas e órfãos ainda serão necessários pra fazer agente mesmo dá um basta na hipocrisia e na violência financiada? Dê nome aos bois deputado, seja homem ou cale-se para sempre."

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