A decisão tomada em assembléia na praça João Pessoa, pelos delegados, foi encarada com pesar por parte do Governo do estado. De acordo com o secretário da Administração, Gustavo Nogueira, a decisão é lamentável, sobretudo porque interrompe drasticamente um processo de negociação que iria representar ganhos reais nos vencimentos da categoria.Nos últimos seis anos, de acordo com Gustavo Nogueira, os Delegados da Polícia Civil da Paraíba já tiveram mais de 220% de aumento real de salários. Na reunião desta segunda-feira (9), no Palácio da Redenção, o governador Cássio Cunha Lima apresentou proposta objetiva de antecipação de percentuais que seriam aplicados nos vencimentos dos delegados só no ano de 2010.
O secretário Gustavo Nogueira, em entrevista após a reunião, disse que a curva salarial dos delegados sempre foi crescente, acima da inflação e acredita que a maioria da categoria vai repensar a decisão de uma parte que está decidindo de novo pela greve. O secretário afirmou que o governador Cássio e o Governo têm sido extremamente sensíveis à categoria.
Nogueira ressaltou que o Governo tem uma postura de extrema responsabilidade fiscal “e o ajuste conquistado a duras penas não pode ser interrompido com proposta de aumentos que não se pode dar diante de um cenário de incertezas financeiras”. O Governo também propôs, na reunião, uma possibilidade de discutir novo reajuste em janeiro de 2010, durante uma mesa de negociação.
O Governador propôs a antecipação do aumento, mas não foi aceita pelo comando de greve, que decidiu cruzar os braços. O presidente da Adpdel, Afrânio Brito, disse que a contra-proposta apresentada não agradou. “Dessa forma, decidimos pela continuidade da greve”, declarou o delegado Afrânio Brito. Ele, ainda na manhã desta segunda-feira, não demonstrava muito animado com a possibilidade de evolução das negociações.
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