Foi preciso um deputado de partido do governo para ensinar como se faz oposição na Assembleia Legislativa. Ou os nobres discordam de que a posição do deputado Quinto de Santa Rita não é a mais adequada bandeira para se discutir o empréstimo solicitado por Maranhão? Enquanto vocês bateram cabeça discutindo em como rejeitar a matéria, o deputado PMDB propõe debate sobre a melhor forma de aprovar o empréstimo.
Por que não recorreram aos prefeitos das cidades excluídas das obras dos R$ 191 milhões, deixando que eles mesmos, de forma real, reclamassem ao governador investimentos em suas cidades?
Foi numa só frase que Quinto resumiu toda sua bandeira. “Não sou contra o empréstimo. Estou sendo a favor da região que me elegeu”. Os senhores também deveriam ter sido mais incisivos em favor das regiões que os elegeram. Poderiam ter colocado dezenas de prefeitos e milhares de paraibanos cobrando recursos dos 191 milhões. Tudo isso no lugar de que ficar pedindo detalhamento e mais detalhamento, como se somente isso fosse suficiente para justificar reprovação do empréstimo.
Maranhão pretende não dar um real sequer à Grande João Pessoa. Mas é com recursos de cidades como João Pessoa, Santa Rita, Bayeux, Cabedelo que pretende pagar o empréstimo solicitado.
Nada errado em priorizar pequenas cidades, já tão sofridas. Mas se os senhores queriam, de fato, mostrar que os recursos seriam mal distribuídos deveriam ter recorrido exatamente a quem foi excluído do processo. Pois exatamente com os que foram contemplados que os governistas se municiaram para ressaltar os encantos do propalado empréstimo.
E o deputado João Gonçalves, candidato a prefeito de João Pessoa. Como é, nobre deputado, que o senhor não percebeu que não iria um centavo do empréstimo para a Capital que o senhor um dia declarou que iria cuidar de sua gente? Foi a estranho a posição precipitada de se declarar a favor do empréstimo sem fazer uma defesa sequer da cidade que lhe deu 80 mil votos na última eleição. Bom, mas nós entendemos. É João pra cuidar de si. Deixemos pra lá.
O fato é que Quinto de Santa Rita, do PMDB, mostrou o melhor caminho de se discutir o empréstimo.
Se os senhores deixarem a raiva política de lado, essa que, como diria Dom Corleone, “atrapalha o raciocínio”, poderão, senão reverter o quadro favorável ao discurso de Maranhão III, garantir uma saída mais honrosa desse debate. Luís Tôrres - Jornalista
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