Responsável pelo caso, a juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho, ao fazer as diligências, descobriu algo ainda mais curioso: o cargo do agricultor foi implantado por meio de Ato Secreto da Assembleia. Ou seja, sem portaria ou qualquer contrato que o legitime. E sabe de qual o gabinete o agricultor era “fantasma”? Do então deputado estadual Wilson Santiago (PMDB), hoje deputado federal e pré-candidato ao Senado de República.

É o que revela ofício, de número 015/2010, encaminhado pela Assembleia Legislativa da Paraíba no dia 22 de abril em resposta à inúmeras cobranças feitas pela juíza Maria de Fátima Lúcia Ramalho sobre a regularidade da contratação do agricultor. Em resposta a uma das cobranças, a secretária executiva adjunta da Assembleia, Terezinha de J. E. de Albuquerque, diz a juíza que o senhor Francisco Emídio de Abrantes, lotado no gabinete do deputado José Wilson Santiago de 01 de outubro de 2001 a 31 de maio de 2002, por se tratar de uma Função de Confiança, não teve direito à contrato nem a emissão de portaria. Para a Justiça, um caso típico de Ato Secreto, tais quais os que foram alvo de investigação no Congresso Nacional recentemente. No despacho assinado no dia 31 de março de 2010, a juíza assinalou que “dúvidas não há de que a nomeação de um servidor para cargo de confiança deve ser devidamente documentada, sob pena de materialização de um ato secreto, vedado pelo ordenamento constitucional pátrio, que, em seu artigo 31, caput, impõe a publicidade como princípio aplicável aos atos administrativos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário