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"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Polícia Federal abre 54 novos inquéritos eleitorais

Balanço preliminar divulgado pela Polícia Federal do esforço concentrado realizado em Patos, na região do Sertão paraibano, para concluir 192 inquéritos, apontam que em menos de um mês de investigação foram abertos 54 novos inquéritos por indícios de crimes eleitorais na delegacia da PF naquele município.
Segundo o delegado Derly Brasileiro (foto acima), chefe da Delegacia de Defesa Institucional (Delinst) e coordenador das operações especiais da PF durante o período eleitoral, que retornou semana da primeira etapa da operação na qual percorreu 35 municípios localizados na região polarizada por Patos e, consequentemente, pela delegacia da PF no município.
Nesse período, Derly percorreu cidades, vilarejos e sítios onde vivem corruptores e pessoas corrompidas no processo eleitoral de 2008 e até de 2006. Ele adiantou, que dos 54 inquéritos abertos em Patos, há fortes indícios de crime eleitoral, principalmente de compra de votos, em pelo menos 52 deles.
Além da compra de votos, o delegado constatou entre outros crimes, transferência irregular de domicílio, descumprimento de ordem judicial, não fornecimento de carros para juízes no dia da eleição e até falso testemunho. Neste último caso a autoria foi de uma advogada, que não teve o nome revelado por Derly, devido ao sigilo das investigações. Ele adiantou apenas, que a advogado entrou com ação contra um adversário, mas ficou comprovada a má-fé nas informações prestadas à Justiça Eleitoral.
Envolvimento de autoridades
A lista de investigados na delegacia de Patos, que podem ser indiciados por prática de crime eleitoral, inclui também um prefeito e uma vice-prefeita, que tiveram as identidades preservadas, entre outras lideranças políticas da região. Conforme adiantou Derly Brasileiro, há também o caso de um candidato a vereador que aceitou uma quantia em dinheiro para abrir mão da disputa em nome de outro postulante. "Como os dois não confiavam um no outro, eles deixaram o dinheiro nas mãos de um terceiro. O corrompido recebeu a quantia, mas denunciou o corruptor após a eleição. Os dois, logicamente, serão indiciados", revelou o delegado.
De acordo com o delegado, os crimes eleitorais investigados pela PF, lideram, de forma disparada, o ranking dos delitos apurados pela PF. "O que nos assusta é que os crimes eleitorais têm um índice muito acima, por exemplo, do tráfico de drogas, que aparece como uma verdadeira epidemia. Algo em torno de cinco crimes eleitorais para cada indiciamento por tráfico de drogas" comparou.Conclusão
O esforço concentrado que está sendo realizado na região de Patos, conforme destacou o delegado, foi uma a medida adotada pelo superintendente da PF na Paraíba, Sinimar Maria Neto, para corroborar com o plano de ação que vem sendo executado pela PF para concluir a analise de todos os inquéritos policiais eleitorais pendentes no Estado e iniciar os trabalhos relativos às eleições deste ano com a pauta zerada. "É uma forma de busca limpar a pauta para nos dedicarmos melhor ao processo eleitoral deste e poder colaborar mais com a Justiça Eleitoral e o Ministério Público Eleitoral no combate ao crime eleitoral e para garantir o transcurso normal do processo eleitoral", afirmou.
Compra de votos lidera ranking
A expectativa do delegado Derly Brasileiro, tendo como base apenas nos crimes eleitorais investigados pelas delegacias da PF em Patos e pela Superintendência na Capital, serão concluídos ainda este ano mais 137 inquéritos. "As investigações de compra de votos representam algo em torno de 85% do total dos casos investigados pela PF a pedido da Justiça Eleitoral, que tendem a aumentar ainda mais, devido ao início de novo processo eleitoral", comentou o delegado.
Segundo ele, entre os responsáveis por estes crimes estão prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em apenas 28 dias, foram abertos 54 inquéritos motivados por crimes eleitorais na delegacia da Polícia Federal em Patos. "Justamente por isso, para este ano, os cuidados da PF com as eleições serão maiores. O planejamento está sendo concluído e o nosso trabalho será intenso para fiscalização em todos os municípios", revelou.
De acordo com a legislação eleitoral, a pena para os envolvidos na compra de voto pode chegar a quatro anos de prisão, tanto para o corruptor, quanto para o corrompido, além de multa. O agravante para o político que compra voto é que ele corre o risco de perder o mandato e ainda se tornar inelegível.
A Justiça Eleitoral deve deflagrar no início do próximo mês uma operação conjunta com a PF para segurança do pleito. (Adriana Rodrigues)

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