
Sem citar nomes em nenhum momento, Serra fez críticas aos "neo-corruptos", disse que não tem "esquemas, patotas, esquadrões de militantes pagos com dinheiro público" e afirmou que honestidade tem que ser compromisso e não "programa de governo". "Acredito que são os homens que corrompem o poder, e não o poder aos homens. Quem justifica deslizes morais dizendo que está fazendo o mesmo que outros fizeram, ou que foi levado a isso pelas circunstâncias, deve merecer o repúdio da sociedade. São os neo-corruptos", pontuou.
Serra começou seu discurso na convenção nacional do PSDB, em Salvador, afirmando que aceita a indicação arrancando aplausos da platéia. Serra afirmou que "honestidade não tem que ser programa de governo, mas obrigação". Em uma referência à política externa, Serra disse que acredita "nos direitos humanos dentro do Brasil e no mundo". "Não fica bem elogiar continuamente ditadores de todos os cantos do planeta, só porque esses ditadores são aliados eventuais", afirmou.
O tucano defendeu a liberdade de imprensa, a democracia e fez menção a escândalos ocorridos na gestão Lula. "Acredito no Congresso Nacional como a principal arena do debate político, da negociação responsável sobre novas leis e não como arena de mensalões, de compra de votos", disse. Em outro momento, fez referência indireta ao presidente Lula utilizando o exemplo de outro Luiz, o rei francês iluminista Luis XIV. "O tempo dos chefes de governo que acreditavam personificar o Estado ficou para trás há mais de 300 anos. Luis XIV achava que o estado era ele. Nas democracias e no Brasil não há lugar para luises assim".
Antes dele, o ex-governador mineiro Aécio Neves disse, em seu discurso, que o país não foi a "construção solitária de um messias". Em relação a Dilma, José Serra ainda disse que não caiu de "paraquedas" na política e avisou: "comigo, vocês não vão ter surpresas". "Tenho uma cara só", disse. Serra utilizou a segunda metade de seu discurso para apresentar seu currículo e suas visões sobre políticas públicas. Prometeu acabar com a miséria e reivindicou o crédito pelo Bolsa Família para o governo FHC, dizendo que irá ampliar o programa.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), subiu o tom contra o governo disse que "nada nos aproximará da política dos dossiês". Aécio convocou a população a "ocupar as praças" do país e pediu um "basta" no aparelhamento do estado e na "propaganda enganosa". "Temos o melhor dos candidatos, e, como diz nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, temos um líder de fato, e não apenas um reflexo de um líder", afirmou, em referência a críticas feitas por FHC sobre Dilma.
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