Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Gisa Veiga: "Abaixo o Coletivo!"

Reproduzimos, abaixo, artigo bastante pertinente escrito pela jornalista Gisa Veiga sobre os desdobramentos da campanha ao Governo do Estado do ex-prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB):
"Ricardo Coutinho ainda é candidato a governador? Então que mude sua estratégia de fazer política, cresça e apareça. Em primeiro lugar, está na hora de acabar com essa teimosia cansativa e entediante de manter o tal Coletivo em voga. O que é e pra que serve, afinal, o Coletivo Ricardo Coutinho?
Se o Coletivo seria a elite do pensamento do PSB, pffff… até agora não produziu nada digno de registro na atual pré-campanha. Está mais para uma redoma que torna o ex-prefeito hermético a sugestões e influências exteriores. O grupo serve mais para reforçar a imagem de arrogante do ex-prefeito do que, propriamente, para elaborar estratégias políticas. Até agora, pelo menos, tem dado tudo errado. Ricardo está perdendo terreno até em João Pessoa. Se as primeiras pesquisas não seriam confiáveis por conta dos boatos de compra de resultados, a do Ibope não deixa dúvida: Maranhão está à frente, sim, e Ricardo precisa urgentemente mudar. Começando por extinguir, ainda que só por pura dissimulação, o chato Coletivo.
Saindo dessa redoma, Ricardo pode ficar mais à vontade para colar em Cássio Cunha Lima, de quem, afinal de contas, depende mais do que nunca para ganhar a eleição deste ano. Cássio está com a eleição garantida para o Senado, não precisa de ninguém. Quer ajudar Ricardo, mas o próprio não se ajuda.
Outra coisa: essa história de dizer que não recebe pressões (no caso da escolha do vice) é birra que não se pode mais manter. Quando ele enfiou goela adentro de seus aliados Luciano Agra como vice, o quadro era outro, inteiramente favorável a ele. Dava pra botar "queixão". Hoje, não. Ou ele se convence de que sem aliança não se elege, e de que a eleição é para governador, e não para prefeito, ou vai despencar nas próprias pesquisas eleitorais.
Conversando esta semana com um jurista entendido de política, concordamos que Ricardo ainda não engoliu a ficha. O eleitorado para governador é completamente diferente do eleitorado para prefeito. Os métodos de política, os discursos, as teses são inteiramente diferentes. O povo do interiorzão, aquele que não tem emprego, escola, saúde e bons alimentos, não está nem aí para discursos elitizados, que até fazem efeito no eleitorado da capital simpático a Ricardo Coutinho. E o que o Coletivo entende de política no interior?
Nada. Absolutamente nada.
Coletivo, meu caro, só se for reunindo todas as cabeças pensantes de todos os partidos aliados. Coletivo de um lado só não vale, é um “coletivo singular”, quando Ricardo precisa mesmo é de opiniões plurais."

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