Pra quem pensava que a fogueira da política estadual já estava com altas chamas, o advogado Gilvan Freire (foto) tratou de jogar mais querosene elevando as labaredas. O homem simplesmente desceu a ripa, nesta terça-feira (08), no lombo do ex-governador Cássio Cunha Lima, de quem foi aliado por muitos anos. As mágoas e ressentimentos foram reveladas aos jornalistas Gilvanni Meireles e Marconi Ferreira, apresentadores do programa Rede Verdade, levado ao ar pela TV Arapuan (Canal 14 em João Pessoa e Canal 11 em Campina Grande).
Ex–deputado federal, ex-deputado estadual, ex-líder da bancada de sustentação do então governador Ronaldo Cunha Lima (ambos do PMDB) e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Gilvan disparou bombásticas respostas diante das perguntas dos jornalistas. Confira, abaixo, as frases inteiramente explosivas desferidas por ele:
1) “Desisti de ser novamente candidato a uma vaga de deputado federal, porque não quero mais contribuir com a produção excessiva de bolos fecais que existem aos montes, espalhados pelos corredores e gabinetes dos políticos que atuam em Brasília-DF, no Congresso Nacional”.
2) “Estou entediado com a política, depois de passar mais de 20 anos servindo a um grupo político que não me deu nada em troca, porque os Cunha Lima nunca votaram em mim para me eleger a nenhum cargo público”.
3) “Renuncio à minha vida pública como candidato, mas jamais deixarei a atividade política, porque achei melhor desistir de disputar votos para poder manter minhas amizades pessoais, que se transformaram em péssimos aliados partidários”.
4) “Coitado do senador Cícero Lucena (presidente do diretório estadual do PSDB), que tem sempre que viver se agachando aos caprichos do grupo Cunha Lima para poder sobreviver politicamente”.
5) “As diferenças político-administrativas entre o ex-governador Cássio e o senador Cícero vêm de longas datas e são tão graves que – agora – ninguém tem mais condição de escondê-las, ou seja, de tentar fazer não transparecer”.
6) “Cícero cresceu muito politicamente e isso passou a incomodar seus antigos aliados, que nunca aceitaram o fato dele ter sido prefeito por duas vezes, vice e depois governador, além de senador e, agora, querer tentar voltar de novo para o Palácio da Redenção”.
7) “Eu sofro bem menos do que Cícero, porque nunca esperei muita coisa mesmo dessa gente, enquanto que o senador está sofrendo muito mais, porque esperava ser reconhecido como a solução para o grupo Cunha Lima tentar conseguir eleger alguém que se posicionasse contra o governador José Maranhão (PMDB)”.
8) “Em 1998, minha candidatura a governador não foi por imposição política dos Cunha Lima. Muito ao contrário: eu fui candidato para demonstrar a incompetência deles em reagir a cenários desfavoráveis, por ficarem apáticos diante de certas situações incômodas para todos”.
9) “Eu sou assim: extremamente chato, justamente por insistir em defender meus princípios, mesmo que atraia devido a isso muitos insatisfeitos comigo ao meu redor”.
10) “Até mesmo Cícero não foi correto comigo, porque só votou em mim quando foi para conquistar meu primeiro mandato como deputado estadual. Depois ele não me deu mais nada e me abandonou somente porque eu assumia postura contrária ao candidato dele a presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB)”.
11) “Se Cássio fosse igual ao pai dele, Ronaldo, já teria tomado uma decisão final sobre essa posição dúbia do PSDB, que hesita o tempo todo entre manter a candidatura própria de Cícero ou optar pela unidade das oposições em torno do prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB). Ronaldo já teria declarado apoio a Cícero e não ficava assim como Cássio, escondendo que prefere Ricardo ao invés do seu outrora amigo-irmão tucano”.
Como bem escreveu Giovanni Meireles, em sua coluna no PBAgora, "[...] esta é a reprodução de um diálogo – no estilo ping-pong – que só durou apenas cinco minutos. Imaginem Gilvan abrindo a boca em cima de um palanque, ou no Guia Eleitoral Gratuito na televisão..."
Um comentário:
Gilvan Freire é tão coerente que não sustenta um minuto, um olho no olho com o ex- governador Cassio e ele sabe muito bem porque. Gilvan imita a grosso modo o presidente Lula, quando desencantado com Brasilia afirmou que a câmera era um ambiente de 300 picaretas. Lamentável a atitude repentina de "coerência" do DR. Gilvan, e é de perguntar: Se tudo isso que ele fala, agora, depois de tantos anos de "bajulação" ao grupo Cunha Lima, se ele sabia que era tudo tão nojento, que nome ele daria a uma pessoa que mais se parecia um serviçal político? HUm, acho vai falar bem baixinho... boca miuda, "puxa-saco mesmo". Agora é pra vc, Ricardo Pereira, tu vai ter coragem de postar esse meu desabafo? Duvido, a Lena não deixa, tu vai perder o Jabá, e o leitinho dos meninos?
Postar um comentário