há exatos 200 anos, a família real portuguesa estava no mar, enfrentando uma tempestade. Era apenas o terceiro dia de uma longa viagem que só terminaria 93 dias depois – dias sem água corrente, de pouca comida, vinho ruim, convivência de perto com ratazanas, surtos de piolho, buracos no cais como banheiro e outras desventuras. Em cerca de 50 navios (os historiadores não concluem sobre o número exato), toda a corte portuguesa – estima-se uma população entre 10 mil e 15 mil pessoas. Àquela altura, Napoleão já havia derrubado praticamente todas as cabeças coroadas da Europa. Portugal, aliado da Inglaterra, maior rival dos franceses, estava na mira.
Aqui, o príncipe regente Dom João (que governava no lugar de sua mãe, a rainha Maria I, a Louca) mostrava uma de suas características mais marcantes: a indecisão. O calor equatorial, o cheiro de lixo e a falta de higiene eram problemas terríveis. “Sabe-se, por exemplo, que D. Carlota e as infantas lançaram moda ao chegar, usando turbantes para esconderem as cabeças raspadas por causa de uma praga de piolhos que assolou as embarcações”. Os navios ingleses escoltaram os portugueses até a Ilha da Madeira, onde chegaram no dia 8 de dezembro – e até onde a marinha francesa, de curto alcance, poderia chegar. Os navios Príncipe Real e Afonso de Albuquerque, em que estavam Dom João e sua esposa, Carlota Joaquina, seguiram em direção a Salvador; outros navios mantiveram o curso original para o Rio de Janeiro.
Veja mais na Coluna Pimenta Ardida, aí do lado direito do blog ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário