Com a luz cortada por falta de pagamento, a Câmara Municipal de Princesa Isabel realizou sessão noturna à luz de velas e sem som na noite de quinta, para votar o orçamento proposto pela Prefeitura Municipal. Dos 25 milhões sugeridos pela Prefeitura, os vereadores só aprovaram nove milhões destinados à folha de pagamento de pessoal. O restante ficou "engessado". Os vereadores só aceitam discutir outros valores se a Prefeitura depositar corretamente o duodécimo da Câmara, que, conforme eles, está sendo colocado numa conta que não permite, à Câmara, utilizá-lo para pagar a folha de funcionários e despesas de manutenção.Embora no escuro, a sessão foi bastante tumultuada. As galerias da Casa foram tomadas por manifestantes que gritavam palavrões e palavras de ordem contra os vereadores, exigindo que aprovassem o orçamento "para deixar o menino (Thiago Pereira) trabalhar". Por duas vezes o presidente da Câmara, vereador Pacelli Mandu, tentou esvaziar as galerias, sem sucesso. Chamou até a polícia, porém no final dos debates, entre mortos e feridos, escaparam todos.
A Câmara Municipal de Princesa Isabel teve o seu fornecimento de energia suspenso por falta de pagamento. Já faz três meses que as contas de energia não são pagas. Aliás, todas as contas da Câmara Municipal de Princesa estão atrasadas, inclusive o salário dos funcionários. Isso acontece, segundo o vereador Domingos Sávio Roberto, porque a Prefeitura não está repassando o duodécimo a que faz jus o legislativo da cidade. Em vez de repassar, a Prefeitura deposita os 46 mil reais da Câmara numa conta bancária que não permite o saque do dinheiro para pagar despesas referentes a pessoal e manutenção.
A Prefeitura alega que o dinheiro do duodécimo foi utilizado pelo presidente da Câmara em despesas outras e agora ele está se valendo de uma suplementação. Os contrários à Prefeitura contra-argumentam dizendo que mesmo se fosse suplementação, como explicar o depósito em conta diversa daquela da Câmara? De um jeito ou de outro, o certo é que, pela primeira vez na sua longa história, a chamada Casa de Adriano Feitosa ficou no escuro.
fonte: Sebastião Viana
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