Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

domingo, 25 de outubro de 2009

PB tem 42% de sua malha viária em terra batida; de 55 cidades sem asfalto 10 estão no Vale do Piancó

A Paraíba possui a segunda melhor rodovia do Nordeste, a BR-230, segundo a Revista Quatro Rodas. Mas motoristas reclamam da precariedade do restante da malha viária no Estado, composta em sua maioria por caminhos de barro ou estradas com asfalto cheio de crateras que põem em grave risco quem trafega por elas.
A sinalização também é deficiente e acostamentos não existem. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), dos 6.406 quilômetros de estradas estaduais e federais na Paraíba, 42,3% ainda são de terra batida e em 55 cidades, 228.586 habitantes – população superior à dos municípios de Sousa, Cajazeiras e Patos juntas – não sabem o que é uma estrada, apenas caminhos de terra batida.
Para o próximo ano, o DER espera receber um empréstimo de U$ 154 milhões para investir no melhoramento das rodovias e asfaltar mais estradas. Os municípios que ficam mais afastados das principais rodovias que cortam o Estado, BR-230 e BR-104, sofrem com a precariedade das estradas ou mesmo a ausência delas. São formados verdadeiros ‘campos minados’ e, como consequência, esses municípios interioranos têm seu desenvolvimento limitado.
Nos caminhos que levam aos municípios do Interior do Estado, o que se encotra são asfaltos antigos se deteriorando; falta de acostamentos ou a vegetação cobrindo completamente os que existem e ausência total de sinalização. O risco de acidentes se torna iminente entre os carros que ficam ziguezagueando na pista na tentativa de desviar os maiores buracos.
Até mesmo em curvas, os motoristas se arriscam indo para a contramão para não comprometer o funcionamento de seu carro. “A gente sai de um e cai em três”, exclamou o motorista Gilson Luis Pereira, que há 14 anos faz o trajeto na PB-426, que liga São Bentinho a Coremas. “É responsabilidade dos Governos executar as obras nas estradas, mas se eles não fazem, os prefeitos têm que cobrar. Aqui tem uma cratera enorme que só faz crescer a cada dia e o motorista que passar aqui desatento vai cair. Não tem nem mesmo uma sinalização avisando do buraco e ela é logo em seguida a uma curva. Alguns moradores daqui da região já colocaram galhos de árvore para alertar os motoristas sobre o buraco, mas até os galhos já desceram pelo barranco”, contou.
Apesar de muitos problemas serem comuns às estradas do interior, dificilmente será encontrada situação tão precária quanto as da PB-426, que liga São Bentinho a Coremas e a PB-306, que vai de Teixeira a Princesa Isabel. Nessas estradas há crateras que chegam a medir mais de 3 metros e ocupam quase a largura inteira da pista. Na estrada para Coremas a situação é critica. O motorista Gilson Luís Pereira contou que a situação da estrada se agravou nos dois últimos anos. “A gente joga pro acostamento, vai pra contramão, mas não tem jeito. A gente desvia dos buracos grandes e acerta os pequenos”, destacou o motorista.
Nas estradas federais a situação está melhor que nas estaduais. Mais de 90% das BRs são pavimentadas e estão em boas condições. São apenas três trechos de barro, totalizado 55 km, na BR-405, entre São João do Rio do Peixe e Marizópolis; na BR-426, entre Piancó e Nova Olinda e na BR-434, entre Uiraúna e Poço Dantas. O melhor exemplo da qualidade das estradas é a BR-230. Ela continua em obras de restauração e revitalização, até a divisa com o Ceará. Um trecho em revestimento primário (estrada de barro) da BR-426, que liga Piancó a Nova Olinda também está passando por obras de pavimentação, nos seus 29 km.
Se as estradas com buraco causam problemas e prejudicam os motoristas, o que dizer dos 228.586 mil paraibanos que nem mesmo tem estrada pavimentada chegando às suas cidades? Segundo o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), são 55 municípios isolados do restante do Estado, pela falta de uma rodovia de acesso, onde os moradores conhecem apenas caminhos em pedregulho, sem sinalização e com o mato tomando boa parte da visão.
Nessas cidades o acesso a qualquer outro município se torna árduo, ainda mais porque geralmente é necessário o contato constante com cidades maiores para suprir as necessidades da população, seja com mercadorias ou para atendimentos de saúde, que é uma das principais dificuldades. O trajeto de ambulâncias se torna torturante e vagaroso. Pacientes idosos têm que se submeter a trepidações em veículos já sucateados pelos buracos dos caminhos de terra batida.
Estradas em situação mais crítica
PB-426 – São Bentinho à Coremas; PB-306 – Matureia à Princesa Isabel; PB-275 – Patos à São José de Espinharas; PB-359 – Aparecida à Santa Cruz; PB-087 – Areia à Pilões; PB-342 – Coremas à Piancó; PB-107 – Arara à Casserengue; PB-337 – Lagoa a Jericó; e a PB-383 – Sousa à Lastro
Cidades Sem Acesso Pavimentado
Aguiar, Algodão de Jandaíra, Amparo, Areia de Baraúnas, Barra de São Miguel, Bernardino Batista, Cacimba de Areia, Cacimbas, Caldas Brandão, Camalaú, Caraúbas, Carrapateira, Casserengue, Congo, Coxixola, Curral Velho, Emas, Frei Martinho, Gado Bravo, Igaracy, Lagoa, Lastro, Livramento, Mãe d´Água, Matinhas, Mato Grosso, Natuba, Nova Olinda, Olivedos, Parari, Passagem, Pedra Branca, Poço Dantas, Poço José de Moura, Quixaba, Riacho de Santo Antônio, Salgadinho, Santa Cecília do Umbuzeiro, Santa Inês, Santana dos Garrotes, Santarém, Santo André, São Domingos de Pombal, São Domingos do Cariri, São João do Tigre, São José de Caiana, São José de Espinharas, São José do Brejo do Cruz, São José dos Cordeiros, São Sebastião do Umbuzeiro, Serra Grande, Sossego, Tenório, Vieirópolis e Vista Serrana
Por Flávio Asevêdo e Marcelo Rodrigo, do CORREIO

Um comentário:

Unknown disse...

cade o asfalto de casserengue-pb