Frase

"A inveja consome o invejoso como a ferrugem o ferro." (Antistenes)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Guerra: Banco do Brasil acusa a Caixa Econômica Federal de incitar quebra de contratos

O Banco do Brasil reclamou da postura agressiva da Caixa Econômica Federal para conquistar a gestão da folha de salários de prefeituras, um mercado de cerca de 4 milhões de funcionários públicos. Segundo o BB, a Caixa estimularia prefeitos a esvaziar licitações e a romper, sem o pagamento de multas, contratos assinados com outros bancos. A reclamação foi feita em reuniões de uma comissão da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que cuida de assuntos relativos ao setor público. Pelo menos três atas desta comissão registram a disputa.
Em uma dessas reuniões houve uma discussão acalorada entre os representantes da Nossa Caixa (instituição absorvida pelo BB) e da Caixa. O representante da Nossa Caixa acusou a Caixa de “não ter palavra’’ ao defender publicamente uma conduta ética e, nos bastidores, usar métodos questionáveis para tirar mercado de outras instituições. Em sua defesa, a representante da Caixa limitou-se a dizer que “cumpre orientação do sistema diretor’’ do banco.
Informalmente, o BB admite o desconforto com a Caixa, mas diz não ter tido qualquer participação no entrevero. Isso porque, embora absorvida pelo BB, a Nossa Caixa teria administração e interesses próprios.
Como o Banco do Brasil domina 60% desse mercado, era natural que o avanço da Caixa criasse um mal-estar entre os dois bancos públicos. Bradesco, Itaú e Santander também perderam dezenas de prefeituras para a Caixa, que avança agressivamente causando desconforto nas diretorias de todas as instituições. A estratégia da Caixa consiste em não participar das licitações feitas pelos municípios para a administração das folhas, oferecendo, por fora, um pacote de benefícios aos funcionários públicos e de financiamento de obras aos prefeitos. Essa postura é possível porque, sendo um banco público, a Caixa julga ser dispensável a licitação para cuidar de salários de funcionários também públicos.
Neste ano, houve 250 licitações de prefeituras e governos estaduais, sendo que apenas 17 “vingaram’’. Nas outras não apareceram interessados. A CEF se defende dizendo que os bancos resistem a fazer propostas por outro motivo: por lei, a partir de 2012 os funcionários públicos terão a liberdade para receber vencimentos nos bancos que escolherem.

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