
Os trabalhos de levantamento sócio-histórico da comunidade para elaboração do Relatório Antropológico, indispensável ao reconhecimento, delimitação da área reivindicada pela comunidade, demarcação física e titulação, devem ser iniciados em breve. De acordo com a antropóloga do Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do Incra-PB, Maria Ester Fortes, serão realizadas entrevistas com moradores e observação participante da vida cotidiana da comunidade.
O Relatório Antropológico aponta os aspectos históricos e socioculturais da comunidade e é a peça técnica principal para o início da regularização dos territórios remanescentes de quilombos. Ele compõe o Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) que também inclui o Laudo Agronômico e o Memorial Descritivo da área.“Após a conclusão dos relatórios, o Incra realizará o cadastramento das famílias, o levantamento das cadeias dominiais, a delimitação do território e os estudos ambientais.
Em seguida, publicará em editais o resultado desses Relatórios”. explicou a antropóloga Maria Ester Fortes. Após a publicação do relatório no Diário Oficial da União, serão contatados outros órgãos, como o Iphan, o Ibama, a Secretaria do Patrimônio da União, a Secretaria Executiva do Conselho de Defesa Nacional, a Fundação Cultural Palmares e a Funai, a fim de se verificar a possibilidade de regularizar a área como território ocupado por remanescentes de comunidade de quilombo.
A fase final do procedimento corresponde à regularização fundiária, com a retirada de ocupantes não quilombolas através de desapropriação e/ou pagamento das benfeitorias e a demarcação do território. Ao final do processo, é concedido um título coletivo de propriedade à comunidade em nome da associação dos moradores da área e feito seu registro no cartório de imóveis.
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